TERMINOU A PARTICIPAÇÃO PORTUGUESA NO CAMPEONATO MUNDIAL DE SUB19 2024

A cidade de Nanchang na China, acolheu a edição de 2024 do

Campeonato do Mundo de Sub19, naquela que foi a segunda vez que a maior potência do Badminton mundial organizou esta competição que contemplou dois eventos: prova de equipas (30 de setembro a 5 de outubro) e prova individual (7 a 13 de outubro). Portugal esteve representado nesta competição pelos atletas Erica Glória, Isabella Wilkinson, Mafalda Avelino, Maria Wilkinson, Alexandre Bernardo, Dinis Maia, Santiago Batalha, Tiago Berenguer e pelo Selecionador Nacional, Fernando Silva.

Foi o terceiro ano consecutivo (quinta participação nos últimos 8 anos) que contou com a presença de Portugal no evento coletivo que se distinguiu este ano por um novo sistema de pontuação para decidir os vencedores dos encontros entre as diferentes equipas. Em lugar do habitual sistema de 5 partidas (singular masculino, singular feminino, pares masculinos, pares femininos e pares mistos) para determinar a equipa ganhadora (saindo vitoriosa a formação que alcançar três vitórias) foi implementado pela Badminton World Federation (BWF) um sistema, em fase de teste, com pontuação contínua em que triunfa a primeira equipa que alcançar os 110 pontos. Esse encontro até aos 110 pontos é composto por 10 partidas (2 partidas cada de singular masculino, singular feminino, pares masculinos, pares femininos e pares mistos). A primeira partida disputa-se até 11 pontos; a segunda partida inicia-se com a pontuação com que finalizar a partida anterior e termina assim que uma das equipas atinja os 22 pontos; evoluindo assim sucessivamente com novas partidas sempre a iniciar-se com a pontuação corrente sempre que uma equipa alcance primeiramente os 33, 44, 55, 66, 77, 88, 99 até finalmente serem atingidos os 110 pontos que determinam os triunfadores no encontro. Entre outras particularidades destaca-se o facto de as cinco primeiras partidas terem obrigatoriamente de conter uma das cinco disciplinas (SH, SS, PH, PS, PM); de a ordem das partidas depender de opções alternadas de cada um dos treinadores das equipas em confronto; de a ordem das partidas 6 a 10 ter de ser a mesma das partidas 1 a 5 e de um jogador poder participar, no máximo, em quatro das dez partidas. Como referido este sistema está a ser testado apenas pela segunda vez (a primeira experiência decorreu em 2018 nos Jogos Olímpicos da Juventude) mas poderá ser um sinal da BWF de uma possível mudança na forma como se disputam as provas de equipas sob a sua égide daqui em diante.

A prova de Equipas do Campeonato do Mundo de Sub19 é uma das competições mais rentáveis do ponto de vista competitivo por permitir a realização de muitos encontros a todas as equipas já que após a fase de grupos inicial, todas as seleções se mantêm em competição num playoff de acordo com o lugar com que terminaram no seu grupo de origem.

Portugal foi sorteado com as seleções da Tailândia, Estados Unidos, Filipinas e Vietname naquele que se veio a verificar ser um grupo duro e muito exigente para as cores nacionais. Apesar de toda a luta, garra e empenho dos jovens portugueses, a Seleção Nacional não foi capaz de vencer nenhum dos encontros do seu grupo, terminando o mesmo com os seguintes resultados:

Portugal – Filipinas: 78 – 110

Portugal – Tailândia: 75 – 110

Portugal – Estados Unidos: 69 – 110

Portugal – Vietname: 59 – 110

Na fase eliminatória do Campeonato do Mundo, Portugal disputou um playoff com os restantes quintos classificados da fase de grupos, num quadro de jogo que garantia à partida a disputa de mais três encontros. Conscientes do seu valor, os Sub19 nacionais conquistaram este playoff de forma séria e focada. Nos quartos-de-final, os jovens portugueses derrotaram o Uganda por 110 – 56, seguindo-se a seleção do Azerbaijão, derrotada por 110 – 82 e, por fim, na final, a vitória contra a Arménia por 110 – 54, assegurando o 33º lugar entre 40 países inscritos nesta competição.

Como nota final, e para reforçar a dificuldade do grupo de Portugal, é de destacar o facto de, excetuando os Estados Unidos (classificados em 1º lugar no grupo), todos as equipas do grupo da nossa seleção terem ganho os seus playoff eliminatórios e terem por isso terminado no melhor lugar possível na segunda fase da competição (Tailândia no 9º lugar, Vietname no 17º lugar, Filipinas no 25º posto e Portugal no 33º). Os Estados Unidos viriam a terminar no 7º posto da classificação depois de terem derrotado a Dinamarca no encontro decisivo.

Em resumo, Portugal terminou o evento de equipas com 3 vitórias em 7 encontros disputados, e 47 vitórias em partidas parciais de 11 pontos em 77 possíveis. Foi uma experiência competitiva que serviu certamente para o desenvolvimento dos nossos atletas e que lhes permitiu defrontar jogadores de diferentes continentes, culturas e realidades desportivas.

Recorde-se os resultados alcançados por Portugal nesta prova num passado mais recente:

-2016 (Espanha) – 28º lugar

-2019 (Rússia) – 34º lugar

-2022 (Espanha) – 29º lugar

-2023 (Estados Unidos) – 18º lugar

-2024 (China) – 33º lugar.

Após a prova de equipas, seguiu-se o evento individual para os jovens portugueses, presentes em todas as provas. Com quadros competitivos extensos (123 SH, 121 SS, 77 PH, 80 PS e 121 PM), o nível dos eventos esteve muito forte o que não impediu os atletas da Seleção Nacional de se apresentarem de forma muito competitiva.

Os resultados de maior destaque couberam às duplas Alexandre Bernardo/Tiago Berenguer e Erica Glória/Maria Wilkinson que alcançaram o Top 32 dos eventos de pares masculinos e pares femininos respetivamente. Nestas provas, Santiago Batalha/Dinis Maia e Isabella Wilkinson/Mafalda Avelino viriam a perder na ronda de 64 com pares que alcançaram, para já, o top16.

Na prova de singulares masculinos, Santiago Batalha e Tiago Berenguer foram eliminados pelo mesmo atleta oriundo da Indonésia, na segunda e primeira ronda respetivamente, atleta esse que também ainda continua em prova nos oitavos de final. Alexandre Bernardo foi derrotado na primeira ronda por um atleta da Índia, outra potência do badminton mundial.

Em singulares femininos, Maria Wilkinson conseguiu vencer o encontro da primeira ronda, não conseguindo repetir o sucesso na ronda de 64. Já Mafalda Avelino e Erica Glória foram eliminadas após derrotas na eliminatória inaugural.

Por fim, na prova de pares mistos, nenhum dos pares nacionais conseguiu ultrapassar a primeira ronda, apesar do par Tiago Berenguer/Maria Wilkinson ter estado muito perto de o conseguir. Dinis Maia/Erica Glória e Alexandre Bernardo/Isabella Wilkinson não conseguiram aproximar-se tanto dos seus oponentes apesar de todo o seu esforço.

Fica a certeza de que os jovens lusitanos tudo fizeram para honrar e levantar bem alto o nome do nosso país. O evento individual apresentou um nível altíssimo o que fica bem patente no facto de, em 80 jogadores/pares qualificados no top16 de todas as provas, apenas 8 serem oriundos do continente Europeu (1 em SH, 1 em SS, 2 em PM, 3 em PS, 1 em PM).

O Campeonato Mundial de Sub19 é um evento único cuja presença se revela imprescindível para estes jovens atletas pois permite que num espaço de 12 dias disputem inúmeros jogos com todos os benefícios que isso traz para a sua evolução. É também uma de duas provas do calendário do badminton mundial que permite que os atletas nacionais, mediante os resultados alcançados, possam aceder à lista de Praticantes com Estatuto de Alto Rendimento que dá acesso um conjunto de regalias que pode vir a ser determinante no futuro desportivo, académico e pessoal destes jogadores. Atualmente há 14 atletas da nossa modalidade neste Registo, 12 dos quais alcançaram este estatuto após participação em Europeus ou Mundiais nos escalões de formação com mais alguns a caminho de se tornarem elegíveis após as participações das Seleções Nacionais Jovens em 2024.

A presença de Portugal neste Mundial de Sub19 é por isso um investimento sustentado no futuro do badminton nacional e que contou ainda com a colaboração da BWF através de uma Bolsa que esta organização promove de forma a permitir assistência financeira a Federações que participem no evento de equipas e nas atividades culturais dinamizadas pelo organizador.

Resta relembrar que nada seria possível para estes atletas sem o trabalho por eles desenvolvido juntamente com os seus clubes e treinadores, rostos invisíveis por detrás dos seus percursos.

Consulte a galeria de fotografias na nossa página do Facebook e reveja o grito dos nossos atletas no vídeo: