Desde sempre que a existência do homem suscitou questões sobre os porquês da vida, essas interrogações que acabam por simplificadamente, se subsumirem aos mistérios da morte. De premeio as razões do ser, da racionalidade, de quanto contribui para a mesma, para a personalidade de cada ser humano. O que somos, porque somos, para onde vamos.
Na verdade, o tempo é longo enquanto a vida é breve. E o emotivo, esse mundo do sentir, dos afectos, da força da vida e das razões para o viver, não é transmissível: Não se oferece, não se empresta, não se vende, por mais que eventualmente o queiramos fazer.
Daí a brevidade da vida porquanto condenada ao existir da matéria, à presença física, dando depois lugar à memória de quantos mantém presente a lembrança do tempo passado, ao qual pertencemos de corpo e alma, quando a ausência marca para sempre o espaço que ocupávamos.
Cumpriu-se a profecia de Séneca! Esse filósofo da Antiguidade conselheiro do Imperador Nero, no primeiro século da Era Cristã, que considerava que apenas ultrapassavam a brevidade da vida os homens que deixassem obra!
A decisão de atribuir ao Centro de Alto Rendimento de Badminton nas Caldas da Rainha o nome de Joaquim José Oliveira Lopes é um acto pleno de oportunidade e de justiça.
Oportunidade porque se assinala um ano sobre o seu desaparecimento físico, dentro de alguns dias.
Justiça porque este espaço desportivo deve a sua existência à luta, à vontade e ao querer de Joaquim José Oliveira Lopes.
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Este nobre cidadão do município das Caldas da Rainha já não está à nossa espera para nos receber com a sua cordialidade, a sua amizade e o acolhedor sorriso de boas-vindas, do seu grande coração, apenas ao alcance dos homens de bem.
Fica, no entanto, o seu nome, perpetuando-o no tempo como saudosa lembrança para quem o conheceu, e, insubstituível página da História do Desporto que é o Badminton.
Horácio Bento de Gouveia