Spokane, Estados Unidos, está a ser palco de mais uma edição do Campeonato do Mundo de Sub19 entre os dias 25 de Setembro e 8 de Outubro. Primeiramente disputou-se o evento de Equipas Mistas e, a partir de 2 de Outubro, abrem-se as cortinas para o evento individual. Portugal está representado nesta competição pelos atletas Erica Glória, Maria Wilkinson, Marta Sousa, Dinis Mais, Santiago Batalha, Tiago Berenguer e pelo Selecionador Nacional, Diogo Silva.
Finda a prova de equipas, esta é já uma participação histórica para as cores nacionais: a classificação final no 18.º lugar entre o total de 40 países participantes e 6.º lugar entre os 19 países da Europa presentes representa o melhor resultado de sempre na maior competição mundial no escalão de Sub19.
Portugal foi sorteado no Grupo E juntamente com Indonésia, Estónia, Arménia e Geórgia, um quadro que abria boas perspetivas de sucesso logo nesta fase preliminar. A participação nacional foi inaugurada com o encontro frente à congénere da Estónia. Os portugueses entraram a perder 2-0 mas, sacudidos os nervos iniciais, responderam à altura contra uma seleção em que todos os atletas apresentavam melhor ranking individual, empatando o encontro. Na quinta e decisiva partida, os jovens lusitanos não conseguiram consumar a reviravolta e terminaram derrotados por 3-2. Seguiu-se o desafio com a Indonésia, crónica candidata ao título. Apesar de perderem por 5-0, os sub-19 nacionais foram capazes de mostrar o seu valor e responderam à altura do desafio de se testarem contra alguns dos melhores do mundo no seu escalão. Nas duas últimas jornadas do grupo, Portugal defrontou as duas equipas teoricamente mais acessíveis. Sem dar mostras de qualquer facilitismo, os portugueses encararam os dois desafios com a maior das seriedades e compromisso, derrotando Geórgia e Arménia por duplo 5-0, consumando o apuramento para a segunda fase da prova no terceiro posto do grupo E.
Na fase eliminatória do Campeonato do Mundo, Portugal disputou um playoff com os restantes terceiros classificados da fase de grupos, num quadro de jogo que garantia à partida a disputa de mais três encontros. Nos quartos-de-final deste playoff, os jovens portugueses desafiaram as previsões mais otimistas e obtiveram uma categórica vitória contra a seleção da Bélgica por 3-1 garantindo desde logo um lugar no top20 final. No entanto, Portugal não se contentou com um posto nos 20 primeiros e voltou a mostrar toda a garra lusitana ao derrotar a Eslovénia nas meias-finais por 3-2, num encontro em que na quinta partida, na prova de pares masculinos, esteve a perder por 20-16 no terceiro jogo. Numa incrível demonstração de compostura e crença, Portugal salvou 7 pontos de encontro terminando com uma vitória por 27-25 no jogo decisivo. No jogo de atribuição do 17.º e 18.º lugar, a seleção nacional não conseguiu contrariar o poderio do Canadá, perdendo por 3-0.
Em resumo, Portugal disputou 7 encontros coletivos dos quais saiu vitorioso em 4 deles. Todos os atletas jogaram em todos os encontros, com cada um deles a ter disputado, pelo menos, 8 partidas neste evento coletivo. Outro dado que ilustra bem a excelência do desempenho do coletivo nacional é o facto de ter terminado com 18 vitórias em 32 partidas disputadas.
Recorde-se os resultados alcançados por Portugal nesta prova num passado mais recente:
-2016 (Espanha) – 28.º lugar
-2019 (Rússia) – 34.º lugar
-2022 (Espanha) – 29.º lugar
-2023 (Estados Unidos) – 18.º lugar.
Erica Glória, Maria Wilkinson, Marta Sousa, Dinis Mais, Santiago Batalha e Tiago Berenguer reservam, por isso, um lugar na história do badminton nacional com um resultado que faz justiça ao trabalho por eles desenvolvido juntamente com os seus clubes e treinadores, rostos invisíveis por detrás deste sucesso. Assume-se que houve alguma fortuna no sorteio inicial, mas tal deriva também do facto de os atletas nacionais estarem a chegar a estes eventos com maior participação internacional e rankings mais elevados o que permite posições mais privilegiadas nos sorteios destas competições. É por isso um resultado que reflete o trabalho de base feito pelos clubes e treinadores de todo o país, os quais têm vindo a ser potenciados pelo aumento do número de estágios das seleções nacionais, contacto com treinadores e experts internacionais, aumento de participação internacional das seleções nacionais e dos atletas nacionais através de projetos de incentivo como as Bolsas de Apoio à Participação Internacional.
Segue-se agora o evento individual com Portugal a estar representado em todas as provas e com a certeza que os jovens lusitanos tudo farão para continuar a levantar bem alto o nome do nosso país.
Pode consultar todos os resultados do evento de equipas aqui: https://bwf.tournamentsoftware.com/sport/tournament.aspx?id=4267015B-8E68-47F2-A100-3291A884B584
Consulte o calendário de jogos dos eventos individuais aqui:
https://bwf.tournamentsoftware.com/tournament/3CCBDE67-2F3E-4504-99C8-F667B59EA5C2
Fotografias: Badmintonphoto