A seleção nacional de Sub 17 teve uma participação brilhante no Campeonato Europeu realizado em Vilnius, Lituânia, de 4 a 12 de agosto, onde enfrentou adversários de alto nível, conquistando algumas excelentes vitórias mostrando o seu potencial no cenário europeu.
Na prova de equipas, a seleção lusa mostrou ao que ia com um grande desempenho. No confronto contra as Ilhas Faroé, a equipa portuguesa dominou a partida, vencendo por um convincente 5-0, garantindo uma vitória incontestável.
Em seguida, Portugal enfrentou o Luxemburgo, que prometia alguns desafios. No entanto, a equipa portuguesa mostrou a sua força e determinação, conquistando a vitória por 4-1. Neste encontro a equipa lusa demonstrou um excelente trabalho de equipa e um grande nível de concentração, executando com confiança e segurança o plano de jogo definido.
O terceiro confronto, ficou marcado pelas condições pouco seguras quando os higrómetros registavam 80% de humidade no SEB Arena que obrigaram à alteração de campos e reformulação do calendário/horário de jogos, Portugal enfrentou a seleção favorita do Grupo 4, a República Checa, uma equipa forte e competitiva. Os jogos foram acirrados com algumas partidas disputadas ponto a ponto. Infelizmente, a seleção portuguesa cedeu na última prova do encontro frente à seleção que acabaria por conquistar a medalha de bronze, perdendo por 2-3, reafirmando o favoritismo e a qualidade do adversário enfrentado por Portugal.
Coube a Leonor Ribeiro, Mafalda Avelino, Erica Glória, Tiago Berenguer e Alexandre Bernardo receber o voto de confiança e responsabilidade concedido pela Equipa Técnica para liderar Portugal numa jornada repleta de desafios e superações nas provas de equipas. Mas desengane-se quem acha que os atletas que não jogaram tiveram um papel menor na conquista do honroso 9.º lugar entre os 35 países presentes na competição. O melhor resultado de sempre de Portugal num Campeonato Europeu de Sub 17 contou com o apoio extraordinário dos colegas de seleção Francisco Jones, Francisco Daniel e Hugo Campos, que a partir da bancada foram exemplo de espírito de equipa e resiliência, que se superaram e reinventaram a cada partida com cânticos, gritos, pinturas, coreografias e tudo o que fosse necessário para que os que estavam em campo não se deixassem vencer pelo cansaço ou desalento de estar perante um adversário “maior” e lutassem por cada ponto com garra e paixão. A festa do badminton português fez-se dentro e fora do campo e a alegria e espírito de equipa contagiante não deixou o resto do público indiferente, que fazia questão de registar o momento, em fotografias ou vídeos, dos jovens lusos de bandeira ao ombro, buzina em punho e a gritar em plenos pulmões que somos “Portugal!! Portugal!!” e que “fazemos da bandeira a nossa força”.
A prova de equipas terminou com a Dinamarca a conquistar o nono título no Campeonato Europeu de Equipas Sub 17 depois de vencer a Turquia na final. A Turquia manteve-se invicta até às meias-finais, num emocionante confronto de cinco partidas contra a Ucrânia que dividiu o pódio do 3.º lugar do evento com a República Checa.
O potencial e talento demonstrados pela seleção nacional nas provas de equipas não se limitaram apenas a essa fase do Campeonato Europeu. A equipa das quinas também brilhou nas provas individuais, alimentando a ambição de conquistar uma medalha para Portugal. Em particular, Tiago Berenguer, o atleta número 1 do ranking europeu em singulares homens, que despertou desde cedo grandes expectativas no evento com o seu talento.
A participação no Campeonato Europeu foi uma oportunidade única para os atletas ganharem experiência e mostrarem o seu valor em competições de alto nível.
Nos pares mistos a dupla islandesa Stefan Fridriksson e Hrafnhildur Ingvarsdottir mostrou a sua determinação ao superar a dupla portuguesa Hugo Campos e Leonor Ribeiro, com os parciais de 22-20 e 21-14. Francisco Daniel e Erica Glória exibiram mestria no primeiro encontro, triunfando sobre a dupla finlandesa por 21-17, 21-18, mas caíram na ronda seguinte frente a Fedir Tiurin e Oleksandra Botsman (Ucrânia), com parciais de 21-12 e 21-11 a favor dos ucranianos.
Na prova de singulares senhoras Mafalda Avelino travou uma intensa disputa contra Ishasriya Mekala, do País de Gales, com parciais de 17-21 e 16-21 a favor da galesa. Erica Glória enfrentou Alina Bergelson, de Israel, em um confronto emocionante que se desdobrou ao longo de três sets, terminando com a vitória de Bergelson por 22-24, 21-19 e 19-21.
Num jogo repleto de reviravoltas emocionantes, a dupla de pares senhoras luso-cipriota, constituída por Mafalda Avelino e Aggeliki Avraam, enfrentou Tinkara Alič e Tija Horvat, da Eslovénia, com parciais de 15-21, 21-14 e 17-21. Ainda na prova de pares senhoras, o entusiasmo da equipa da casa ecoou na partida entre Jore Kavaliauskaite/Jorune Salnaite (Lituânia) e Erica Glória/Leonor Ribeiro. A dupla lituana triunfou após uma partida aguerrida, com parciais de 14-21, 24-22 e 21-11 e onde, num raro momento, as vozes do país anfitrião do evento se fizeram ouvir mais alto do que a dos portugueses.
A Espanha demonstrou a sua força na partida de pares homens entre Yaidel Gil/Mario Rodriguez e a dupla portuguesa Hugo Campos/Francisco Jones, com os convincentes sets de 21-9 e 21-15. Por outro lado, o par homem constituído por Tiago Berenguer e Alexandre Bernardo venceu com alguma facilidade a dupla austríaca Oliver Truchanowicz Schwarz/ Shangzu Zhan na primeira ronda por 5-21 e 14-21 e voltou a demonstrar o seu potencial
superando a dupla espanhola Yulien Gil e Ismael Oballe, com parciais de 21-11 e 21-15. Na ronda de 16, Tiago Berenguer e Alexandre Bernardo enfrentaram Pawel Kiszczyk e Sebastian Pinkowicz, da Polónia, em um confronto intenso que terminou com os parciais de 21-23 e 15-21 a favor dos jogadores polacos.
Na prova de singulares homens, no primeiro encontro, Alexandre Bernardo mostrou resistência, resiliência e fôlego ao superar Bartosz Punko (Polónia) em uma batalha de três sets, com parciais de 21-19, 19-21 e 22-20. Um jogo altamente eletrizante que durou 69 minutos com o público no SEB Arena de pé até ao ponto final que ditou a vitória do jovem português num dos momentos mais emotivos do campeonato europeu (e que pode ser revisto no Instagram da Badminton Europe num Reel que conta já com mais de 50 mil visualizações). Seguiu-se Amay Pati, do País de Gales, que cedeu frente ao atleta luso por 13-21 e 7-21. Chegado às oitavas-de-final, Alexandre Bernardo enfrentou Salomon Adam Thomasen, um dos principais favoritos da prova depois de se sagrar campeão europeu na prova de equipas, encerrando com parciais de 6-21 e 14-21 a favor do dinamarquês.
Tiago Berenguer, com destreza, dominou a primeira ronda contra Alex Petrovic, da Eslováquia, pelos parciais de 21-5 e 21-14. Seguiu-se o campeão da europa em equipas, Philip Kryger Boe, da Dinamarca, num emocionante confronto de 60 minutos em três sets, com parciais de 17-21, 21-16 e 21-10 para que o jovem madeirense conquistasse lugar nas oitavas-de-final e saísse vencedor frente ao inglês David Ng por 21-17 e 21-10. Em uma batalha emocionante e de alto nível, Tiago Berenguer enfrentou o francês Lenny Bonniere, ao longo de 59 minutos garantindo lugar na meia final depois dos parciais 22-20, 10-21 e 21-18. Em nova batalha luso-francesa, Tiago Berenguer mostrou o seu talento frente a Arthur Chardain, e avançou em grande estilo por 21-12 e 21-9 até à final.
O confronto decisivo trouxe uma partida repleta de emoção entre um país que dá os primeiros passos na afirmação e desenvolvimento do badminton, Portugal, e a principal potência europeia da modalidade, que tem vindo a acumular inúmeros títulos tanto em competições por equipas quanto individuais, Dinamarca, evocando a batalha história de David contra Golias, com a sabedoria e experiência a favorecerem o gigante neste caso. Tiago Berenguer, de apenas 14 anos e campeão europeu de Sub 15 em 2022, enfrentou Salomon Adam Thomasen, de 16 anos e vencedor do European Youth Olympic Festival, Banská Bystrica 2022, num jogo repleto de ação onde ambos os jovens atletas demonstraram a sua paixão e talento, deixando uma marca inesquecível no Campeonato Europeu de Sub-17. Apesar de uma resistência tenaz, Thomasen afirmou-se como vencedor do Campeonato Europeu de Sub 17 em singulares homens ao terminar com o sonho português por 9-21 17-21.
A seleção nacional de Sub 17 pode orgulhar-se da sua participação no Campeonato Europeu, representou Portugal com garra e determinação e as suas conquistas, 9.º lugar nas provas de equipas, a medalha de prata nas provas singulares e ainda mais duas classificações de 9º lugar nas provas individuais, já são um marco importante para a história da modalidade no país e um incentivo para o desenvolvimento contínuo do badminton em Portugal. Foi um feito de emoção, vitórias impressionantes, um desempenho notável. Mostraram o talento dos jovens jogadores de Portugal representando o país com garra e determinação, aplaudiram até nas derrotas e deixaram a esperança e a promessa de fazer-se ouvir “A Portuguesa” num pódio futuro.